Johannes Trithemius e a arte da comunicação com os Anjos

A obra de Trithemius teve influên­cia considerável nos primeiros textos sobre magia no Renasci­mento, particularmente em Paracelso, de quem foi mestre, e Corné­lio Agrippa.



Johannes Trithemius, ou Johann Heiden­berg, nasceu em Trittenheim, Alemanha, em 1462 e morreu em 1516.  Em Portugal ficou conhecido como João Tritêmio e foi, também, mestre de Henrique Cornélio Agrippa e Paracelso. Monge beneditino alemão ilustre na Renascença Alemã, era lexicógrafo, cronista, criptógrafo e ocultista, e influiu consideravelmente no desenvolvimento do ocultismo antigo e moderno.
Aos 21 anos de idade, depois de buscar refúgio na abadia bene­di­tina de Sponheim durante uma nevasca, resolveu ficar por ali e se tornou abade. Dedicou-se a uma vida de estudos, escrevendo e acumulando uma grande biblioteca.
Criou a esteganografia, técnica de criptologia para ocultar a existência de uma mensagem dentro de outra (não confundir com estenografia, técnica de escrita abreviada e simplificada que permite escrever com a mesma rapidez com que se fala). Sua primeira obra continha nada menos que 376 alfabetos compostos de 24 letras.
Também ficou conhecido por suas inúmeras pesquisas sobre ocultismo e magia, que lhe teriam proporcionado descobrir um método secreto para influenciar e dominar a mente de qualquer pessoa, por mais que ela tentasse resistir às ordens mentais que recebesse. Este manuscrito com a descoberta desta técnica foi destruído logo após a morte de Johannes e até hoje jamais se descobriu uma cópia dele.
Entre suas principais obras destaca-se De Septum Secundeis, uma história do mundo baseada na astrologia, publicada em 1508.  
Em outro livro, Stegano­gra­phia, aborda principalmente o envio de mensagens secretas aos anjos, além da descrição da hierarquia angélica e dos espíritos que regem as re­giões acima da Terra, os dias e as horas. Estes anjos, em última instância, estão subordinados aos sete anjos planetários.  
Trithemius é um exemplo do sin­cretismo renas­centista entre o Cristianismo, a Filosofia Hermética, a magia, a astrologia, a alquimia e a Cabala. Seu sistema mágico baseia-se na simpatia e harmonia entre os três mundos, o material, o celestial e o angélico.  
Todo o Renascimento Mágico caracterizou-se pela in­sistência na síntese entre magia e Cristianismo, particularmente acentuada em Trithemius, um abade bened­i­tino. Para ele “a palavra magia é o termo persa que no latim equivale a sabedoria, por conta da qual os magos são chamados de homens sábios, como os três reis que, de acordo com o Evangelho, viajaram do Oriente para adorar, em seu berço, o Filho de Deus encarnado”. Respeitado e temido pela fama de dominar poderes ocultos, conta-se que a pedido do imperador Maximiliano, da Áustria, evocou e fez aparecer aos olhos do monarca a sua esposa, Maria de Borgonha. 
Johannes Trithemius também escreveu o primeiro livro com personagem Fausto, no qual, outros autores se inspiraram como o alemão Goethe e o inglês Christopher Marlowe. Seu livro tinha como título Magister Georgius Sabellicus, Fausto, o Jovem, Fonte dos Necromantes, Astrônomo e Astrólogo entre outros.

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