Paracelso, Barão Teofrasto Bombast von Hohenheim, nasceu em 1493 em Einsiedeln, perto de Zurique, e morreu em 1541 em Salzburg. Médico, aventureiro, mago e alquimista, dominou quase todo o conhecimento da época em que viveu.
Além de sua língua materna, que era o alemão, falava também o francês, italiano, latim, grego, hebraico e árabe. Depois de cursar várias faculdades européias, convenceu-se da esterilidade do ensino escolástico e livresco. Mudou seu nome para Paracelso quando já era adulto, para enfatizar sua pretensão de ser o maior médico de sua época e de todos os tempos, maior até do que Celso, o célebre médico romano da antigüidade. Graças ao seu talento para a medicina, foi nomeado médico da cidade de Basiléia em 1527, além de desempenhar também a atividade de professor de física, medicina e cirurgia da universidade local. Sua arrogância e destempero verbal, bem como seu pouco caso pelos sentimentos alheios acabaram provocando a antipatia das autoridades. Desafiou o mundo erudito da época ao queimar os textos de Galeno (então a maior referência em medicina) e afirmar que se basearia unicamente no seu próprio conhecimento e experiência. Escreveu em alemão em vez do latim tradicional e acabou indo longe demais ao ofender um juiz, que o obrigou a abandonar a cidade.
Decidiu viajar para aprender seu ofício, acreditando que “a ciência não está reunida num único lugar, mas espalhada por toda a superfície da Terra”. Viajou pela Espanha, Portugal, Suécia, Polônia e vários países do Oriente. Na Tartária, foi hóspede do Grão-Khan, que ficou admirado com os conhecimentos de um homem tão jovem.
Defendeu o uso da astrologia na medicina, onde considerava importante conhecer o horóscopo do paciente para prescrever e ministrar os remédios nas horas mais propícias. Na obra “Livro dos Parágrafos” ele recomendou expressamente: “que vale o remédio que tu dás para a matriz da mulher se não fores guiado por Vênus? Que poderá o teu remédio para o cérebro se não for conduzido pela Lua? Se o Céu não te for favorável e não consentir em dirigir o teu remédio, não chegarás a nada”.
Acreditava que as estrelas e outros corpos, como os imãs, influenciavam os pacientes por meio de uma força universal que ele chamou de munia, cujo conceito é muito similar ao prana hindu. Segundo Paracelso, a força “não está encerrada no homem, mas irradia-se por dentro e ao redor dele como uma esfera luminosa”, o que pode ser entendido como aquilo que hoje chamamos de aura. Ao afirmar que as substâncias minerais, animais e vegetais poderiam ser purificadas e intensificadas a fim de produzirem princípios ativos para ser utilizados na cura, antecipou-se em dois séculos à homeopatia.
Além de ser reconhecido como grande sábio, atribuiu-se a ele também o dom da profecia. Quando esteve na Suécia, afirmou que seria encontrado ouro sob a neve, entre 63 e 65 graus de latitude norte. Esta profecia realizou-se em 1933: em Bolinden, foram descobertas minas de ouro a 64,5 graus de latitude norte...
Sua predição mais surpreendente está consignada na edição original de seu “Pronostic” (23/08/1536, Augsburg). Ali, com dois séculos e meio de antecedência, há a profecia da queda da monarquia francesa.
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