Interpretação de sonhos, uma arte milenar


A oniromancia, a arte de interpretação dos sonhos, gozava de enorme prestígio entre os povos antigos e ainda hoje há quem acredite que os sonhos podem ser um prenúncio de acontecimentos futuros. 

Texto do Dr. Mac Donald


Na antiguidade a divinação ­— ou adivinhação — era feita de duas formas: pela observação de sinais exteriores, a partir dos quais se fazia uma predição sobre algum evento futuro, ou naturalmente, através de uma elaboração interior ou por impulso do espírito, sem que isso não fosse inspirado por nenhum sinal exterior. Chamava-se a primeira forma de indutiva ou artificial, realizada pelos sacerdotes, e a segunda de intuitiva ou natural, que somente os profetas eram capazes de fazer pela vidência. Este tipo de divinação pressupunha o dom da presciência à alma, atribuindo-lhe a função de guardiã interior do corpo; assim, ela poderia se desligar dele através do sono ou do êxtase, e desvelar aos homens os arcanos do futuro, bem como a vontade dos deuses. Entre os romanos prevalecia a divi­nação sacerdotal; já a natural, quando os deuses falavam através das profetisas, tem origem grega.

A oniromancia, a arte de interpretação dos sonhos, gozava de enorme prestígio entre os povos antigos pois acreditavam que os deuses podiam se manifestar durante o sono e revelar o futuro claramente ou mediante símbolos. É bastante conhecida a história de Nabucodonosor, que condenou à morte adivinhos cal­deus porque não conseguiram interpretar seus sonhos com clareza.

Entre os gregos, os sacerdotes de Zeus recebiam oráculos durante o sono, praticando uma técnica chamada de “incubação”, que consistia em dormir no chão, com os pés descalços e sem lavá-los; ali recebiam, então, um conselho através de um sonho.

A Bíblia e toda a história estão repletas de profecias de sonhos. Todo mundo sonha, com maior ou menor frequência, e todas as pessoas querem saber o significado de seus sonhos. As mulheres sonham mais do que os homens, e todos os sonhos possuem um elemento de advertência ou presciência. 

A Bíblia e toda a história estão repletas de profecias de sonhos. Todo mundo sonha, com maior ou menor frequência, e todas as pessoas querem saber o significado de seus sonhos. As mulheres sonham mais do que os homens, e todos os sonhos possuem um elemento de advertência ou presciência. 

Os sonhos estão entre os fenômenos mais curiosos da mente humana, e o interesse que eles despertaram em todas as épocas, tanto entre os ignorantes quanto entre os grandes filósofos, tem sido grande e geral. Da mesma forma a opinião de todas as classes e denominações de homens, em todas as idades e nações, entre judeus, cristãos, maome­tanos, pagãos — entre todos os que acreditam na existência de uma Divindade Suprema, não importa como A adorem — é que a Dividade às vezes torna conhecida Sua vontade ou revela Suas intenções por meio de sonhos. Exemplos autenticados de realização de sonhos não são in­comuns.

Muito se fala sobre os sonhos na Bíblia, e os homens santos da antiguidade acreditavam neles.

“Ouça agora minhas palavras. Se houver um profeta entre vocês, eu, o Senhor, me darei a conhecer a ele em uma visão e falarei com ele em um sonho.” (Números XII, 6)

Além dos sonhos bíblicos, os primeiros registros autênticos da história nos informam que os sonhos eram considerados sobrenaturais ou proféticos. Os gregos e romanos da antiguidade prestavam grande atenção aos sonhos.

Um dos mais conhecidos escritores antigos sobre sonhos foi Macróbio, que, em seu livro sobre o assunto, dividiu os sonhos em cinco classes principais, a saber:

1. SOMNIUM, ou o sonho propriamente dito. Este, de acordo com Macrobius, é a representação misteriosa de algum evento por vir, e interpretação necessária.

2. VISIO, ou uma visão. Nessa espécie de sonho, ou pode ser mesmo uma espécie de êxtase desperto, via-se um acontecimento prenunciado que depois se cumpriu exatamente como previsto.

3. ORÁCULO, ou o sonho do Oráculo. Isso acontecia durante o sono; uma das Deidades ou alguma pessoa venerável aparece e proclama o que deveria ou não ser ordenado a dormir em um templo ou em algum local sagrado para a Deidade cujo conselho ou assistência era necessário.

4. INSÔNIA, ou sonhos decorrentes da inquietação produzida pela opressão da mente, corpo ou fortuna. Sonhos desse tipo não eram considerados inspirados.

5. FANTASMA. Este tipo de sonho acontece quando a pessoa começa a cochilar e, pensando que está acordada, imagina que vê coisas diferentes em forma e magnitude de objetos naturais correndo sobre ela e vagando ou sentados em sua cama. Sob esta classe, os antigos colocaram o pesadelo.

Essa era a divisão comum dos sonhos em classes, de acordo com os antigos filósofos.

É de um escritor antigo que os adivinhos gregos usavam certas tabelas matemáticas para interpretar sonhos, pois Plutarco fala de um Lisímaco, neto de Aristides, o Justo, que se sentava perto do Templo de Baco e ganhava a vida interpretando os sonhos dessa maneira.

Outro escritor da antiguidade que se debruçou sobre os sonhos e suas interpretações foi Artemi­doro, que viveu por volta do ano 100 d.C. 

Uma grande parte deste trabalho sobre a interpretação dos sonhos ainda existe, assim como os escritos de Junianus Ma­gus, que viveu em uma época posterior.

Artemidoro não só comprou todos os livros que pôde conseguir sobre a explicação dos sonhos, mas passou muito tempo viajando para conhecer adivinhos e outros, e manteve uma extensa correspondência com pessoas desse tipo no Egito, Grécia e Itália, coletando cuidadosamente todos os relatos de sonhos e os eventos que se confirmaram depois.

O assunto dos sonhos e augúrios recebeu muita atenção no Império Romano no início da Era Cristã. No reinado do imperador Augusto, foi aprovada uma lei obrigando todos os que haviam sonhado com qualquer coisa relacionada ao Estado a torná-la pública imediatamente, seja por meio de um cartaz ou pela boca do pregoeiro.

Tão grande era a importância atribuída aos sonhos pelos filósofos pagãos da antiguidade e quão firmemente os Profetas dos Judeus e os Apóstolos do Cristia­nismo acreditavam neles é conhecido por todo cristão que lê sua Bíblia.

Deve-se observar, com respeito aos sonhos de todas as descrições, que mesmo aqueles que não são totalmente completos são considerados como de alguma importância. Além disso, deve-se ter em mente que, para que os retidos na memória sejam bons e confiáveis, devem ocorrer ao raiar do dia e, certamente, após a meia-noite, pois até então, as funções animais do corpo são ocupadas pela digestão, e o cérebro perturbado pelos vapores da comida é incapaz de impressões racionais. 

No entanto, Arte­mido­ro, em seu erudito tratado, afir­ma que um homem de hábitos sóbrios e tran­qui­los pode ser visitado por sonhos a qualquer hora da noite, e ocasionalmente du­rante o dia, prognosticando acontecimentos com certeza.

Muitos autores subdividiram os sonhos em três classes: relativos a objetos naturais, a animais e a coisas celes­tiais. Os que se referem a objetos naturais são aqueles por meio das quais os médicos podem julgar a disposição física de uma pessoa; aqueles em que os animais são retratados, originam-se das paixões ou dos problemas aos quais a mente foi submetida durante o dia, enquanto os sonhos em que os objetos celestes são discerni­dos, são avisos quan­­to a assuntos divinos, como, por exemplo, a Grande Imagem que apa­rece ao Rei da Babilônia em um sonho, cuja importância foi tão habilmente interpretada pelo Profeta Daniel.

Existem dois tipos principais de sonhos, uma espécie designada como especulativa ou contem­plativa, aos quais se deve prestar atenção espe­cial, uma vez que o evento sonhado se realiza depois quase exatamente da maneira como apareceu durante o sonho.

O segundo tipo principal de sonhos pode ser considerado alegórico ou significativo, uma vez que não se concretizam depois na forma como apareceu no sonho, mas com uma solução enigmática. Assim, quando alguém sonha com um anjo, significa revelação ou boas novas, mas ver uma serpente ameaçando lhe fazer mal designa aborrecimentos, perturbações e problemas vindos daqueles que têm inveja do sonhador.

Os sonhos especulativos têm realização rápida, mas os alegóricos não acontecem tão prontamente. Geralmente um ou dois dias se interpõe entre um sonho e sua realização.

Consequentemente, as pessoas estão sujeitas a enganar a si mesmas, particularmente quando não são instruídas na ciência da adivinhação, e não preservam a distinção entre a natureza dos sonhos ou por esperar que uma coisa ocorra, enquanto outra completamente diferente acontece. 

No entanto, Arte­mido­ro, em seu erudito tratado, afir­ma que um homem de hábitos sóbrios e tran­qui­los pode ser visitado por sonhos a qualquer hora da noite, e ocasionalmente du­rante o dia, prognosticando acontecimentos com certeza.

Muitos autores subdividiram os sonhos em três classes: relativos a objetos naturais, a animais e a coisas celes­tiais. Os que se referem a objetos naturais são aqueles por meio das quais os médicos podem julgar a disposição física de uma pessoa; aqueles em que os animais são retratados, originam-se das paixões ou dos problemas aos quais a mente foi submetida durante o dia, enquanto os sonhos em que os objetos celestes são discerni­dos, são avisos quan­­to a assuntos divinos, como, por exemplo, a Grande Imagem que apa­rece ao Rei da Babilônia em um sonho, cuja importância foi tão habilmente interpretada pelo Profeta Daniel.

Existem dois tipos principais de sonhos, uma espécie designada como especulativa ou contem­plativa, aos quais se deve prestar atenção espe­cial, uma vez que o evento sonhado se realiza depois quase exatamente da maneira como apareceu durante o sonho.

O segundo tipo principal de sonhos pode ser considerado alegórico ou significativo, uma vez que não se concretizam depois na forma como apareceu no sonho, mas com uma solução enigmática. Assim, quando alguém sonha com um anjo, significa revelação ou boas novas, mas ver uma serpente ameaçando lhe fazer mal designa aborrecimentos, perturbações e problemas vindos daqueles que têm inveja do sonhador.

Os sonhos especulativos têm realização rápida, mas os alegóricos não acontecem tão prontamente. Geralmente um ou dois dias se interpõe entre um sonho e sua realização.

Consequentemente, as pessoas estão sujeitas a enganar a si mesmas, particularmente quando não são instruídas na ciência da adivinhação, e não preservam a distinção entre a natureza dos sonhos ou por esperar que uma coisa ocorra, enquanto outra completamente diferente acontece. 


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