No mundo greco-romano, todos os templos tinham as suas profetisas, por intermédio das quais os deuses se comunicavam com os homens e revelavam o futuro.
Texto de Bira Câmara
Quando se mergulha no estudo das religiões da antiguidade, salta aos olhos as relações estreitas que elas mantinham com a adivinhação e a magia. Ao contrário do cristianismo, que desde o berço olhou com suspeita para essas práticas e combateu-as vigorosamente, as religiões pagãs praticamente as institucionalizaram, e suas castas sacerdotais conviviam sem animosidade com os adivinhos e profetas autônomos. A crença nas artes divinatórias era tão grande que em Roma elas faziam parte das instituições nacionais, através de um colégio de adivinhos (os áugures) formado por membros do Senado e com o imperador como seu pontífice máximo. Em muitas situações de crise, profecias e predições podiam ser manipuladas por razões políticas.